domingo, 26 de janeiro de 2014

Não fosse o cabral - Raul seixas


No Brasil existe um censo comum que o motivo dos nossos problemas foi a colonização portuguesa, se tivéssemos sido colonizados por outros estaríamos melhor. Ironizando essa "desculpa" dos nossos males, Raul cravou a frase que melhor explica nossos problemas e a nossa sociedade: "Falta de cultura para cuspir na estrutura". Abaixo a letra e a música:


Tudo aqui me falta

A taxa é muito alta

Dane-se quem não gostar...


Miséria é supérfluo

O resto é que tá certo

Assovia que é prá disfarçar...


Falta de cultura

Ninguém chega à sua altura

Oh Deus!

Não fosse o Cabral...


Por fora é só filó

Dentro é mulambo só

E o Cristo já não güenta mais

Cheira fecaloma

E canta La Paloma

Deixa meu nariz em paz...


Falta de cultura

Ninguém chega à sua altura

Oh Deus!

Não fosse o Cabral...


E dá-lhe ignorância

Em toda circunstância

Não tenho de que me orgulhar

Nós não temos história

É uma vida sem vitórias

Eu duvido que isso vai mudar...


Falta de cultura

Prá cuspir na estrutura

Falta de cultura

Prá cuspir na estrutura

Falta de cultura

Prá cuspir na estrutura

E que culpa tem Cabral?...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

As 10 estratégias de manipulação midiática por Noam Chomsky*

publicado originalmente em 23 de novembro de 2010 às 14:46 no
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/noam-chomsky-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica.html

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.
3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.
6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Nota do Viomundo: este texto foi reproduzido da Adital, onde constava como autor Noam Chomsky. Mas três leitores nos alertaram que o verdadeiro seria Sylvan Timsit. Fomos checar. Consta realmente nos links indicados Sylvam Timsit. Acontece que buscamos mais dados sobre Sylvain Timsit e estranhamente não achamos ainda informações consistentes. Encontrei um suposto vídeo, mas não aparece o rosto dele. Vamos investigar mais.  Diante disso já enviamos email à Adital para saber a fonte do original em inglês. Desculpe-nos pelo erro.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinhos

E não é que alguns jovens despolitizados, alienados, mal educados (no sentindo estrito do termo) e "sem culutura" (como gostam de agredir os incomodados) fazem a maior onda de desobediência civil desde a Revolta da Vacina em 1904? E sendo criados sem referências que não sejam o consumo, idolatram a "ostentação" material (o "vencer na vida da sociedade capitalista") e ao perceber o quantos são marginais (no sentido de "estar a margem") ao ter sua manifestação de rua proibida ocupam o templo dessa era onde o Mercado é um deus soberano. E incomodam e geram reações. O local onde podemos fazer nossas oferendas tranquilamente ao onipresente Mercado invadidos por marginais de pele escura e sem dinheiro, cantando alto e falando palavrão e pertubando a ordem. De forma totalmente inconsciente (diferentemente dos Black Blocs que ocorreram ano passado) atacam o pulmão do capitalismo. E de forma horizontal!!!.

É capitalismo, você entrou na curva descendente. É sociedade hierarquizada, as pessoas estão percebendo que não "precisam obedecer "líderes"". Até as maiores vítimas de sua ideologia (no sentido de acreditar nela ("ser é ter")) se rebelam contra ela. Sua casa tá caindo e justamente pelos seus principais representantes e mais interessante sem eles terem consciência alguma disso! Imagina se soubessem o que estão fazendo?

Rumo a Re-evolução... Seu preconceito aceite ou não!