quinta-feira, 5 de março de 2015

Corinthians x San Lorenzo com portões fechados

Estranha a sensação de ver um jogo sem torcidas, ainda mais um jogo entre Corinthians e uma agremiação argentina.
Tive a sensação de estar passeando pelo bairro e parar para ver um jogo entre duas equipes amadoras, um "contra". A sensação auditiva era  a mesma. Tinha algum som, mas das pessoas distraídas que vão parando para ver o jogo.
Talvez seja esse som ambiente que os dirigentes do futebol querem. Sem cantos, sem torcida, apenas espetadores. Sem emoção. Sem alma. Sem alma, e por consequência óbvia, sem violência. Quase como matar um cachorro porque ele late e verificar o vazio que ficou no lugar.
O time de branco e preto jogou mal, criou pouco e marcou deixando espaços e tomou alguns sustos do time tricolor. Jogo duro, porém agradável de se ver.
Nesse torneio de várzea que aqui a gente trata como se fosse o batismo celestial na hora da morte, estamos bem, pois ganhamos jogando bem e mal de adversários diretos.

Preferi imaginar em dado momento que aquilo não era um subterfúgio de dirigentes incompetentes (proibir todos os torcedores de entrar em punição ao comportamento de alguns e ignorar que a torcida em dados momentos é tão ou (ousaria dizer) até mais importante que o jogo em si. Imaginei que estava em 1911 em um jogo com a camisa creme já desbotada se convertendo em branca... No início de tudo quando ainda quase não havia torcida e não havia cantos ainda e esquecer que na verdade estamos próximos de 1911 mesmo. Foot-ball apenas para quem tem dinheiro para ver e praticar. Com a triste diferença que hoje em vez de ser a contestação disso, o mosqueteiro hoje é um dos carros chefe dessa re elitização do esporte bretão.

Mas é melhor lembrar que ganhamos um jogo importante. E ficar feliz, mesmo que essa cachaça esteja meio amarga sem o principal ingrediente dela, o povo.

Vai CORINTHIANS, essa guerra, teremos que ganhar.