quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dedico essa canção ao povo que está na luta em BH e Rio. Todo poder ao povo. Essa merda é nossa!

Dedico essa canção ao povo que está na luta em BH e Rio. Todo poder ao povo. Essa merda é nossa!

(Recuse/Resista)

Caos no Ad (Anno Domini)
Tanques nas ruas
Polícia confrontando
Sangrando os plebeus
Multidão furiosa
Queimando carros
Derramamento de sangue se inicia
Quem irá sobreviver?!

Caos no Ad (Anno Domini)
Exército em cerco
Alarme total
Estou cansado disto
Dentro do estado
A guerra é criada
Terra sem dono
Que merda é essa?!

Recuse, resista!

Caos no Ad (Anno Domini)
Desordem desencadeada
Começando a queimar
Começando a linchar
Silêncio significa morte
Permaneça de pé
O medo interno
Seu pior inimigo

Recuse, resista!

terça-feira, 18 de junho de 2013

REFLEXÃO SOBRE A "REVOLTA DO VINAGRE"

Ontem participei do maior ato político em vida. Era muito novo à época das Diretas e do Fora Collor para participar na "rua". Não me recordo nos últimos vinte anos mais de 200 mil pessoas nas ruas em 30 cidades diferentes, sem organizações sindicais ou partidárias bancando ônibus, lanche, camiseta e bandeira. Como ser politizado que sou, deveria estar contente. Exultante. Mas não estou. Confesso que estou triste e com medo, apesar da liderança do movimento em São Paulo serem impecáveis em não "despolitizar" os atos e seguram seu objetivo "nas unhas", o que merece todos os elogios do universo, pois só quem já organizou alguma atividade "séria" sabe o quanto isso é difícil. Atos horizontais, sem entidades bancando, organizando ou defenindo pautas. Apenas a reinvicação de um projeto de transporte público, eficiente e gratuito garantindo às pessoas a livre locomoção pela cidade. E de imediato a revogação imediata do aumento das passagens. Simples assim. Há oito anos!

Aí mora minha "tristeza". Até quinta, 13 de junho o que me orgulhava era que eram dez mil jovens que sabiam exatamente o que estavam fazendo. Tanto era que a polícia teve de usar de violência extrema para conseguir dispersar a multidão, pois ninguém corria, ninguém recuava: "a rua era nossa". Até então éramos vândalos, baderneiros, "sem causa justa", "utópicos". Nas últimas 48 horas o adversário mudou a tática. Ao invés de bater, passou a "massagear o ego". Direitistas arrogantes e anti populares históricos como Reinaldo Azevedo, Jabor, Pondé, Folha, Estadão, etc passaram "a apoiar" o "exercicio da democracia". Em todos esses anos "nessa indústria vital", aprendi que quando seu inimigo passa a te elogiar, algo está errado. Afinal meu objetivo bate de frente com ele, não converge. Ao perceber as postagens pela segunda-feira, percebi uma despolitização, para não dizer uma "direitização" do discurso das pessoas. Não era a toa. Na porrada não venceram, agora a estratégia é "minar por dentro". A maioria das pessoas que "acordaram" ontem estão sendo usadas para nos fazer "dormir". Uma completa despolitização e ainda pior, uma partidarização do discurso fingida de anti-partidarismo. Explico: a maioria já quer que o ato não seja "pela revogação do aumento" mas contra a "corrupção", a favor da "educação, da saúde, etc". Ou seja, alienar o movimento. Alguma vez na sua vida você viu algum político dizer "eu roubava até ontem, mas vi a população pedir o fim da corrupção e me "converti" a honestidade"? Você já viu algum índice de violência cair quando a classe media alta perde um ente querido e convoca um "ato pela paz" com camisetas brancas"? Não e nem verá, pois esses atos apenas massageam o ego de quem vai, dá a sensação de dever cumprido e no dia seguinte: tudo igual. Aí mora o perigo.

Além de defenderem esses discursos vazios, havia discursos contra o PT, contra o Haddad, contra a Dilma e muito poucos (exceto na primeira bateria, onde estavam os militantes que estão desde o começo) contra o Alckmin que também aumentou em igual valor a passagem ainda com o agravante de ter batido. Ou seja a "classe media sofre" abraçou a causa para destruí-la, inconscientemente (ou não) manipulada pelos seus oráculos jornalísticos. Agora, aquele que até quinta me chamava de vândalo e falava que meu único objetivo era "atrapalhar o trânsito" agora comprou uma bandeira do Brasil e uma camiseta branca e ainda vem gritar "sem partido"!? Não pertenço a nenhuma agremiação politica o que me faz dizer o que vou dizer com tranquilidade pois não advogo em causa própria (pelo menos não em causa de algum partido). O cara pede democracia e quer impedir a presença de partidos no ato? O cara se declara anarquista e vem querer "governar a ideologia alheia"? Esses partidos de esquerda estão desde o começo do movimento (há oito anos!) tomando porrada junto, bomba, gás, bala e agora que a classe media descobriu o movimento e percebeu um lugar para sua choradeira "anti-petista" (quem der eles tivessem um projeto "tão" à esquerda assim para essa histeria!) querem que PSTU, PSOL, PCO, PT (sim, é estranho, mas existe uma ala deles que apóia o movimento, mesmo sendo um partido de situação (!?)) e etc não levem suas bandeiras? Aquele mesmo cara que nos chamava de vândalos até três dias atrás. Agora querem dividir o movimento. Ou seja, eles roeram o osso, agora podem nos entregar o filé-mignon para a classe media fazer sua propaganda anti partidos de esquerda. Será que aqueles que gritaram "sem partido" votaram e votarão nulo? Creio que não. Votarão em alguém com propotas populares como a gratuidade no transporte? Creio que não. Ou seja, nunca ajudou e quando veio, foi para atrapalhar. Para aqueles que não sabem, em Porto Alegre, uma das cidades que conseguiram revogar o aumento com o movimento, quem protocolou a ação na Justiça foi o Psol, agindo conjuntamente na rua (presssionando) e na burocracia (seja judiciária ou legislativa). Você sabia que a primeira pixação que se tem notícia no Brasil foi em 1968 o famoso "Abaixo a Ditadura", etrenizado por Raul Seixas nos versos "quem não tem papel dá recado pelo muro"? A pixação sempre foi uma arma política e esses moleques (já tá virando refrão) estão desde o primeiro ato. Agora que a mídia "abraçou" a causa eles não são mais bem vindos? A "consciência" era tanta que os mesmos "punks" que cantava oportunistamente "sem partido" aproveitando a despolitização da massa recém egressa, em instantes cantava "eu sou brasileiro, com muito orgulho" e o hino nacional? Que porra é essa? O cara é "anarquista" mas se vangloreia de suas fronteiras imaginárias (para ter fronteira tem que ter pelo menos dois governos!!!) e de símbolos pátrios? Os primeiros que nos apoiaram foram os turcos e estrangeiros, quando aqui ainda éramos "vândalos" e o ministro da Justiça oferecia a Policia Federal e o Exército para o Estado nos reprimir, com total subserviência e apoio dos trolls feiciboquianos. Alguém já viu algum hino mudar algo, exceto na França onde as pessoas levaram a "Marselhea" ao pé da letra e foram às armas? Como diria os Titãs "Não sou brasileiro, não sou estrangeiro, não sou de lugar nenum, nenhuma pátria me pariu".

A coisa estava tão estranha que num determinado momento um moleque saca um cartaz "Dilma chupa minha bola" no momento que passava uma caravana de um movimento feminista que o cercaram aos gritos de "machistas, fascistas, não passarão". A coisa mais politizada até aquele momento. E confesso que escrevo rindo, pois lembro da cara do garoto assustado, cercado por um monte de meninas "frágeis" linchando-o moralmente. Gol! Ainda há esperança. Aliás, há esperança pra caralho. Me incomodava ver o mundo inteiro se insurgir contra o pensamento único neoliberal e só aqui a gente "deitado em berço esplêndido" (para desespero da maioria dos nsacionalistas eu sei essa letra de cor, ao contrário deles que tanto a defendem). Sim, o povo acordou, mas o poder não dormiu. Querem nos dividir. Querem nos despolitizar. Querem desviar o foco até tudo dispersar sem nada mudar. Entregaram o anel para não perder o dedo, mas queremos suas mãos!

Não perderemos o foco: REVOGAR O AUMENTO E EXIGIR UM PROJETO POLÍTICO PARA O PASSE LIVRE!

Aproveite o momento histórico, crie sua pauta e convoque sua passeata pela bandeira, pela camisa branca, contra a violência, contra a corrupção, pela obrigatoriedade do uso do pó anti-séptico ou contra a não transmissão de jogos de críquete. Proteste pelo que você quiser, afinal o que queremos é justamente democracia. Mas não venha ser massa de manobra para tentar destruir por dentro um dos maiores movimentos populares já visto na nossa história recente. Aprenda que democracia é o povo na rua, o governo do povo pelo povo (pelo menos aquela que sonhamos)! Você que diz que acordou agora, acorda mesmo porra! Desde de Roma é assim: dividir e conquistar. Expulse quem está do nosso lado desde o começo para incluir alguns "moderados "sem vandalismo"". E lá vamos nos de novo voltar para o zero. Pois a primeira bomba de gás que estourar, não vai sobrar um almeidinha sequer fazendo pombinha com a mão e lá estarão os mesmos "vândalos" com e sem partido, com ou sem pixações defendendo nosso direito de acreditar, lutar, ir e vir e eles voltarão para suas vidas "burguesas sem sonhos que não sejam traduzíveis em bens materiais".

HASTA LA VITORIA, SIEMPRE! (não vou citar quem disse isso porque alguns leram na Veja que ele é do mal).

DIREITA, FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!